quarta-feira, 24 de maio de 2006

DE MÃE PRA FILHO

- Olha prá mim. Sua mãe quer te perguntar uma coisa. Olha nos meu olho, Celso Tavares. Você vai responder pra sua mãe. Você vai res-pon-der pra sua mãe, Cel-so Ta-va-res?

- ["ai, ai, ai", nervoso, pensou] Claro que sim!

- Eu já tô sabenu de tudo Sr. Celso Tavares. Você está afundado na droga! [pescocinho de Fat Family] Você está a-fun-da-do na dro-ga, Cel-so Ta-va-res?

- [aliviado, com a mão no peito] Claro que não!

- Óli, seu irmão me falou que encontrou maconha na gaveta do seu quarto. Você está a-fun-da-do na dro-ga, Sr. Celso Tavares?

- Eu já fumei um, mas não tem nada demais, mãe. A maconha só foi proibida porque um chefão do governo americano, magnata das indústrias de algodão, estava perdendo mercado para o cânhamo, uma fibra muito mais resistente, proveniente da própria erva. Com sua influência, espalhou o terror sobre os efeitos do cigarrinho para acabar com o concorrente e conseguiu a proibição nos Estados Unidos. Como se tratava da maior potência do mundo, o exemplo foi adotado no mundo inteiro. A maconha é mais fraca que o álcool. A morte de neurônios é lenda! Cientificamente comprovado.

- Tá sabenu demais! Num quero saber de estrônio, pinóiônimo.... você está afundado na droga! Um menino tão bonito... Óli, se eu souber que você tá com essa porcaria... num sei, eu pego um ôimbu, eu viro o saci, eu venho pulando de uma perna só... e faço você engolir! En-go-lir!

- Se engolir é pior!

-Não discuta com a sua mãe, Celso Tavares! O que mais você tá usanu bastante? Tá cheirando créqui?

- Primeiro: não é créqui, é crack. Segundo: não se cheira, se fuma. Terceiro: tô. Pronto, falei. Falei mesmo. E eu sou veado também!

-Morri! Com uma perna só. Fim.

* dedicado ao menino-gibi que, gentilmente e sem saber, emprestou seu nome para esta obra de ficção. A sonoridade de Celso Tavares é incrível! Creiço tá fudido. É o fim. The end. Foto via orkut.