RHYTHM IS A FREAK SHOW
- A balada vai bombar, mano!
Foi um preview da minha chegada ao inferno: muitos cintos de lantejoulas, muito boné Vó Dulce (o Von Dutch de 15 dinheiros), sobreposição de renda, Le Cheval, saias rodadas e estampadas, calças boca-de-sino. Coletinhos? Claro que sim! Toda uma promoção oito vezes sem juros nas lojas Renner. Tá usano bastante (sic).
Muitos cachos disciplinados com Kolene. Apliques com ornamentos diversos. Muito brilho, galera de cowboy! Desenhos do Mickey em carecas do ABC. Todo um cavanhaque fininho. As poucas bichas que deram as caras estavam oprimidas, em um canto único. Absolutamente paralisadas. Com medo. O cheiro de “Avanço” vencido era o sinal da aproximação da torcida Mancha Verde, em peso, literalmente. “É hora de mudar de pista”, pensavam as mais femininas!
Muito break beat, muitos passinhos “Xuxa Hits, Xuxa há, febre ritmo e emoção”. “You Can dance” em todos os cantos. Palminhas na roda e, ao centro, Street Dance. Um anão sendo jogado pra cima, com correntes do Mano Brown. Parecia a metade de um caminhoneiro ex-garimpeiro.
Todavia, a cena mais impressionante não consigo explicar em palavras. Por favor, me desculpe. Mas tente imaginar um aleijado fazendo passinhos com muletas. Suas muletas batiam na bunda de uma pipira a cada rodadinha. A coreografia exigia. A pipira estava sem calcinha, denunciada por sua calça branca colada. Olhares mais atentos captavam a falta de depilação.
Num outro momento, jogada no canto, a menina é incomodada por um bombeiro:
- Você está passando mal?
- Não, é que a balada tah ruim mermo!
E lá estava eu e o Carlos Sarajane, absolutamente bêbados, às lagrimas de emoção. Crises epiléticas de riso. Rolei no chão. Minha camiseta tá parecendo que eu cavei um poço. Mas realemnte eu estava no fundo dele. Valeu cada centavo. Eu te amo, SNAP! Morri. Fim.
* post dedicado à Khurrina
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